A CASA DO OSCAR

Tuesday, February 06, 2007

MOSTRA LUIZ ORLANDO SEGUE EM SALVADOR COM EXIBIÇÃO DE FILMES RAROS

O principal trabalho do cineasta Zózimo Bulbul como ator será um dos pontos altos do segundo dia da Mostra de Audiovisual Luiz Orlando. O filme Compasso de Espera, de Antunes Filho, será exibido na sessão Obras Raras (às 13h30, dessa terça-feira, dia 06). O filme, de 1973, marcou a carreira de Bulbul pela sua excelente interpretação e pela ousadia de Antunes Filho em abordar a temática racial. O filme tem 94 minutos de duração e Bulbul contracena com a atriz Renée de Vielmond. Ele interpeta um publicitário negro que vive os conflitos gerados pelo racismo, principalmente por ser amante de uma mulher branca. Compasso de Espera recebeu vários prêmios, como o de melhor diretor pelo Prêmio Air France de Cinema (1975) e da Associação dos Críticos de Arte (1975). Uma das mágoas do cineasta é o fato de ser pouco conhecido no Brasil e muito premiado no exterior. Exemplo é o filme de Zózimo Bulbul Abolição, (1988), acerca do centenário da abolição da escravidão, que recebeu prêmios em festivais em vários países da Europa e África.

A colocação de uma placa em memória póstuma a Luiz Orlando da Silva, na Sala de Audiovisual da Biblioteca Pública do Estado (Barris) que será batizada com o nome do cineclubista marcará também o segundo dia da mostra, promovida pela ONG Omi Dùdú Artes e apoiada pela Fundação Cultural Palmares/MinC. A Sala de Audiovisual Luiz Orlando receberá, diariamente, dezenas de estudantes e pesquisadores para a exibição de obras raras do cinema. Luiz Orlando faleceu em agosto do ano passado. Foi cineclubista e ativista do Movimento Negro e contribuiu de forma singular para a divulgação dos cinemas negros brasileiro e africano, principalmente em bairros periféricos de Salvador, de outras capitais brasileiras e em outros países.

Ainda na programação desta terça-feira serão apresentados seis filmes vencedores do Prêmio Palmares de Comunicação: Novos destaques do Cinema Negro. Entre , entre curtas e longas, está uma biografia de líder comunitária e religiosa Valdina Pinto, feito pelos baianos Paulo Rogério Nunes, Jociléia Rodrigues Ribeiro e Ana Verena Carvalho. A mostra encerra com a passagem do filme de Joel Zito Araújo, Filhas do Vento de 2003, vencedor de sete Kikitos no Festival de Gramado.

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