A CRIANÇA NEGRA TAMBÉM É DISCRIMINADA NA TEVÊ, DIZ JOEL ZITO ARAÚJO
Durante sua participação no I Fórum Nacional de TV´s Públicas, em maio passado, em Brasília, o cineasta Joel Zito Araújo, autor da pesquisa realizada pela Fundação Cultural Palmares a qual comprovou a invisibilidade do negro na TV pública, também apresentou um importante dado: a criança negra brasileira também é estigmatizada e discriminada na televisão. Confira abaixo, em destaque, alguns trechos que Joel Zito Araújo declarou sobre a criança negra na TV em entrevista ao site Rio Mídia:
A televisão brasileira, privada ou pública, como regra, não dá nenhum destaque a criança negra. Temos exceções, mas a tragédia que abate os jovens negros, e, por conseqüência, a sociedade brasileira como um todo, demanda uma intencionalidade maior, uma política efetiva de promoção da auto-estima daqueles que tendem a ser representados de forma estigmatizada em nossas telinhas. Mas, os personagens mais importantes negros foram retratados como a criança adotada ou o menor abandonado. Tanto nas telenovelas dos tempos da Tupi como nas produções da Rede Globo de Televisão.
O grande clichê é o menor adotado ou abandonado, mas também tivemos o moleque de recados engraçado ou o jovem rapper. De uma maneira geral, o que mais quero destacar é que as crianças negras não têm família. É uma visão preconceituosa porque tende a incorporá-las de forma solitária em um elenco de brancos e muitas vezes fazendo o papel do mais inculto ou ignorante. Portanto, a criança negra é incorporada da mesma forma que qualquer personagem negro: entra como estereótipo de si mesmo, e nunca como representação de qualquer ser humano, do brasileiro comum. Esse privilégio somente é dado aos brancos.
A TV brasileira praticamente não oferece a possibilidade de nossa criança afro-descendente ter modelos que promovam a sua auto-estima, enquanto que as crianças brancas, especialmente as de padrão ariano, louras dos olhos claros, são hiper-representadas nos comerciais, nas telenovelas e nos filmes. O resultado é óbvio: enquanto a criança negra tem vergonha de sua negritude, de sua origem racial, porque cresce em um ambiente social e educacional de recusas que promovem uma auto-estima negativa, a criança branca cresce superpaparicada e com uma impressão de que é superior a todas as outras. Portanto, a sociedade - com o seu racismo - provoca distorções tanto nas crianças negras quanto nas crianças brancas.
Exigir do Governo e das elites econômicas, artísticas e intelectuais, o compromisso com políticas de reparação. Com inversões financeiras de vulto em programas educacionais, culturais e de saúde. E com cotas nas universidades.
A televisão brasileira, privada ou pública, como regra, não dá nenhum destaque a criança negra. Temos exceções, mas a tragédia que abate os jovens negros, e, por conseqüência, a sociedade brasileira como um todo, demanda uma intencionalidade maior, uma política efetiva de promoção da auto-estima daqueles que tendem a ser representados de forma estigmatizada em nossas telinhas. Mas, os personagens mais importantes negros foram retratados como a criança adotada ou o menor abandonado. Tanto nas telenovelas dos tempos da Tupi como nas produções da Rede Globo de Televisão.
O grande clichê é o menor adotado ou abandonado, mas também tivemos o moleque de recados engraçado ou o jovem rapper. De uma maneira geral, o que mais quero destacar é que as crianças negras não têm família. É uma visão preconceituosa porque tende a incorporá-las de forma solitária em um elenco de brancos e muitas vezes fazendo o papel do mais inculto ou ignorante. Portanto, a criança negra é incorporada da mesma forma que qualquer personagem negro: entra como estereótipo de si mesmo, e nunca como representação de qualquer ser humano, do brasileiro comum. Esse privilégio somente é dado aos brancos.
A TV brasileira praticamente não oferece a possibilidade de nossa criança afro-descendente ter modelos que promovam a sua auto-estima, enquanto que as crianças brancas, especialmente as de padrão ariano, louras dos olhos claros, são hiper-representadas nos comerciais, nas telenovelas e nos filmes. O resultado é óbvio: enquanto a criança negra tem vergonha de sua negritude, de sua origem racial, porque cresce em um ambiente social e educacional de recusas que promovem uma auto-estima negativa, a criança branca cresce superpaparicada e com uma impressão de que é superior a todas as outras. Portanto, a sociedade - com o seu racismo - provoca distorções tanto nas crianças negras quanto nas crianças brancas.
Exigir do Governo e das elites econômicas, artísticas e intelectuais, o compromisso com políticas de reparação. Com inversões financeiras de vulto em programas educacionais, culturais e de saúde. E com cotas nas universidades.
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