MATÉRIA DA VEJA, DESVIO DO TEMA REAL
A fim de fazer um rápido comentário sobre a matéria publicada pela Revista VEJA da última semana, a qual aborda o sistema de cotas a partir de uma não-aprovação de candidato a vestibular, cujo irmão gêmeo fora aceito em inscrição no sistema implantado pela Universidade de Brasília, destaco que a reportagem gastou um verdadeiro latim surdo. Surdo porque insistem em brigar e dizer que o sistema de cotas e o Estatuto da Igualdade Racial irão promover o apartheid e o racismo no país.
Na verdade, o apartheid e o racismo já existem há muito tempo e sempre existiram. Basta ver em nossa história que a abolição da escravatura, em 1888, não representou aos negros um sinal de liberdade. Representou sim o acesso a pobreza e a discriminação. Ao contrário dos imigrantes europeus, que tiveram acesso a terra e não se sujeitaram a escravidão nas fazendas, os negros não tiveram acesso à terra e muitos morreram açoitados por seus senhores.
Falar de genética, de sangue mestiço, em um Brasil multirracial, é bem óbvio que todos tenham o sangue mestiço. O meu, no caso, com certeza é mestiço. è português porque meu sobrenome é Marques Cardoso. E é claro que misturadamente tenho uma composição ariana em minha genética.
Mas digo que ser negro e se assumir negro é algo que vai além de sangue e além de pele. Ser negro é sim assumir o seu presente, sem esquecer de olhar para o passado. É olhar para o Brasil e ver que neste país não somos iguais e não temos o tratamento igual, seja no mercado profissional, na educação, na saúde, no acesso à moradia.
Sou negro sim, sempre fui e sempre serei. VEJA poderia fazer uma matéria mais inteligente, falando de Lei 10.639, de Inclusão Racial na cultura, na sociedade, de incluir o negro na TV, enfim, falar de negritude e cidadania, e não perder tempo com argumentos históricos racistas e sem nenhum conteúdo. Justificar algo que o país já discutiu e se comprometeu internacionalmente é desviar o assunto de um foco necessário: combater a discriminação e o não-acesso do negro aos bens sociais.
Tá dado o recado.
Na verdade, o apartheid e o racismo já existem há muito tempo e sempre existiram. Basta ver em nossa história que a abolição da escravatura, em 1888, não representou aos negros um sinal de liberdade. Representou sim o acesso a pobreza e a discriminação. Ao contrário dos imigrantes europeus, que tiveram acesso a terra e não se sujeitaram a escravidão nas fazendas, os negros não tiveram acesso à terra e muitos morreram açoitados por seus senhores.
Falar de genética, de sangue mestiço, em um Brasil multirracial, é bem óbvio que todos tenham o sangue mestiço. O meu, no caso, com certeza é mestiço. è português porque meu sobrenome é Marques Cardoso. E é claro que misturadamente tenho uma composição ariana em minha genética.
Mas digo que ser negro e se assumir negro é algo que vai além de sangue e além de pele. Ser negro é sim assumir o seu presente, sem esquecer de olhar para o passado. É olhar para o Brasil e ver que neste país não somos iguais e não temos o tratamento igual, seja no mercado profissional, na educação, na saúde, no acesso à moradia.
Sou negro sim, sempre fui e sempre serei. VEJA poderia fazer uma matéria mais inteligente, falando de Lei 10.639, de Inclusão Racial na cultura, na sociedade, de incluir o negro na TV, enfim, falar de negritude e cidadania, e não perder tempo com argumentos históricos racistas e sem nenhum conteúdo. Justificar algo que o país já discutiu e se comprometeu internacionalmente é desviar o assunto de um foco necessário: combater a discriminação e o não-acesso do negro aos bens sociais.
Tá dado o recado.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home