A CASA DO OSCAR

Tuesday, June 19, 2007

MOVIMENTO NEGRO INTENSIFICA MOBILIZAÇÃO PRÓ-COTAS NA UFRGS

Uma reunião realizada ontem (18/6) na sede do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) avaliou novas estratégias para sensibilizar o Conselho Universitário da instituição pública federal a implantar o sistema de cotas para o ingresso de estudantes negros. A última reunião do Conselho Universitário, no último dia 15 de junho, terminou sem sucesso.

A decisão sobre o tema foi prorrogada para o próximo dia 29 de junho. Mas os conselheiros terão até sexta-feira (22) para apresentar emendas ao projeto. O debate é longo e há mais de 30 anos as entidades negras gaúchas esperam uma ação inclusiva pela UFRGS. Se por um lado a situação na Universidade está complicado, o Movimento Negro Unificado, aponta o dirigente Antônio Matos, se prepara para comemorar uma vitória: nesta quinta-feira (21) o Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizada na região central do Estado se prepara para votar a aprovação do sistema de cotas para o ingresso de candidatos afro-descendentes. "Se conseguirmos esta vitória em Santa Maria, com certeza o efeito será cascata. Assim, a UFRGS e a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) também irão se mobilizar para incluir a ação afirmativa", indica Matos.

Hoje, a UFRGS disponibiliza 4.200 vagas em seu concurso vestibular, com o incremento de 20% de vagas em cotas para negros, o número de ofertas chegará a aproximadamente 5.000 vagas. "Vai, sem dúvida, oportunizar a inclusão, iniciativa que é função da universidade pública", ressalta o dirigente.

Antônio Matos lembra que hoje o tema Cotas encontra grande resistência principalmente nos cursos considerados top pela instituição. São os casos dos cursos de Engenharia Civil e Medicina. "A cada vestibular, o curso de Medicina oferta 140 vagas. Em nossa proposta como movimento negro, sugerimos acréscimo de 10% no número de vagas para o vestibular de 2008, 15% para 2009 e 20% para 2010. Deixamos claros para os estudantes e para os diretores do Departamento de Medicina que na verdade as vagas existentes não serão reduzidas com as cotas. Pelo contrário. As vagas continuarão as mesmas, com acréscimo para estudantes negros oriundos da rede pública de ensino", comenta.

Quanto a posição dos cerca de 70 integrantes do Conselho Universitário, o diretor do Movimento Negro Unificado esclarece que há muita divisão. Segundo ele, a força política de direita permanece muito forte dentro da UFRGS, situação esta que já não é tão intensa na UFSM. Quanto a iniciativa de levar o debate sobre as cotas para a UFPEL, Matos explica que a próxima votação do Conselho Universitário da UFSM será fundamental para as próximas iniciativas do Movimento Negro no Rio Grande do Sul. "A partir do que acontecer esta semana em Santa Maria, vamos sim traçar diretrizes para também impulsionar o movimento na UFPEL", conclui.

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