A CASA DO OSCAR

Tuesday, April 19, 2011

ESTUDANTE VÍTIMA DE RACISMO NO RS RESPONDE A PROMOTORA DE JAGUARÃO EM SUA CHEGADA A BAHIA

Porto Alegre, 13/4/2011 - O ex-aluno da Unipampa, Hélder Santos, que foi perseguido pela brigada militar depois de denunciar os policiais por racismo e agressão, foi recepcionado por dezenas de estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Os estudantes pressionaram o reitor para que a reunião com Hélder fosse pública e exigiram a transferência do estudante. O reitor da UFRB Paulo Gabriel Nacif garantiu a vaga de Hélder para o próximo semestre.
No dia anterior a sua chegada na UFRB, Hélder concedeu uma entrevista exclusiva ao Coletivo Catarse, respondendo as acusações publicadas no jornal O Globo onde a Promotora de Jaguarão, Cláudia Pegoraro, afirmou que ele inventou esta história para conseguir a transferência para a Bahia e para ganhar notoriedade na mídia.

LEIA A CARTA NA ÍNTEGRA, ABAIXO:

CARTA ABERTA DOS ALUNOS DA UFRB

É RACISMO SIM, SRA PROMOTORA!

Os fatos sobejamente noticiados na mídia sobre a violência policial contra o jovem Helder Santos, estudante, negro, cabelo rastafari, baiano, estudante de história da UniPampas, no Rio Grande do Sul, É RACISMO SIM! Racismo de Estado, institucional, que busca inverter o ônus da exclusão e da violência, e do próprio racismo imputando-o aos negros e negras deste país o fato de serem violentados em sua dignidade.

A inversão a que o Ministério Público do Rio Grande do Sul não quer ver é o fato de Helder ver-se exilado em sua própria terra, obrigado a retornar à Bahia em razão da violência policial que o caçou como faziam na escravidão os capitães-do-mato sob a mira da ameaça e da intimidação.

O resultado da sindicância realizada pela mesma Brigada Militar a que pertencem os policiais acusados de crime de racismo, é a existência “de crime de natureza militar”, de ameaça, “de abuso autoridade e de “transgressão de disciplina dos mesmos por terem empregado violência física e verbal durante ato de serviço no caso da abordagem policial acima citada”[1]. Assim, não se trata de mero excesso, de “alguém que perde a cabeça e apronta alguma”[2], Sra. Promotora, pois dizer que não foi racismo só por “não existir nessa Promotoria ações judiciais [sobre] práticas racistas” e por existirem “policiais negros que fazem o trabalho muito melhor que os brancos” só manifesta os olhos de uma sociedade que enxerga a violência pelo avesso.

Não é a competência das pessoas que determina seu lugar racial, não é uma questão de ser melhor ou pior. Não se trata de um problema moral, mas racial, político. É como dizer que um homem não é machista só por ter casado com uma mulher. O racismo se camufla de crime contra a honra (injúria racial) apenas para as instituições, que deveriam fazer Justiça, filtrarem as tensões raciais agora amenizadas com políticas inclusivas. O que então, os policiais foram apenas imorais e incompetentes?

Helder, conterrâneo de Lucas da Feira, conhecido militante de movimentos sociais como o Mov. Gay, o Mov. Negro, o Mov. Estudantil tem sua aguerrida trajetória de vida utilizada contra si mesmo, acusado pela Promotoria de usar as ameaças de morte que vem sofrendo a mais de um mês, para se transferir e retornar para a Bahia. É a mesma lógica da inversão. Lembrando o racismo científico de Nina Rodrigues no século XIX, a visão da Promotoria é que nós negros, somos maliciosos e tendemos à infração. Tentando inverter a acusação que recai sobre a corporação militar em relação às palavras racistas dos policiais, seguidas de coronhadas, a Promotoria ignora as cartas em que Helder é ameaçado de morte. Essa instituição, nega-se a aplicação da lei de combate ao Racismo, indo de encontro a sua função social, desta feita atacando a integridade de Helder, acusado-o de aproveitador e esperto, estas sim prática s racistas largamente utilizadas para desqualificar os negros e negras de preguiçosos, vagabundos, bebuns, esvaziando o discurso e desqualificando a arena onde as feridas racistas deveriam ser suturadas. É o Estado do Rio Grande do Sul o responsável pelo retorno de Helder sem diploma. Os Racismos institucional Militar pratica o genocídio físico e impede o desenvolvimento das potencialidades da juventude negra brasileira. Quando não mata, exila a negrada, age na mente e na realidade vivida para não galgarmos oportunidades de empoderamento e lutar pela eliminação do racismo e todas as formas de opressões.

Somos solidários a Helder, pois em nós dói na pele, na alma negra, na carne, no brio dos lutadores e lutadoras que vêem seu legado de lutas achincalhado, e as poucas vitórias do caminho sendo desmoralizadas pelo Estado brasileiro.

Não arredaremos o pé, não cederemos! Nenhum passo atrás contra o Racismo!

NÚCLEO DE NEGRAS E NEGROS ESTUDANTES DA UFRB

ENTIDADES REPUDIAM CASO DE RACISMO EM CAXIAS DO SUL

Caxias do Sul, 19/4/2011 - Uma frase proferida pelo fundador de uma rede de supermercados para a operadora de caixa Queren Pereira de Souza Oliveira, 23 anos, fez entidades em defesa do negro se manifestarem contra o acusado de racismo, Orlando Andreazza, 80. Grávida de sete meses, Queren registrou ocorrência por ser abordada com a seguinte pergunta:

— Você sabe a semelhança entre um Fusca quebrado na esquina e uma negra barriguda?

Uma funcionária teria dito em seguida:

— Você não entendeu? Os dois estão esperando um macaco!

Para o presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra (Comune), Sérgio Ubirajara da Silva Rosa, esse tipo de fato não é isolado, e ainda há muito preconceito em Caxias:

— Uma brincadeira dessas sempre tem um fundo de preconceito. Tanto é verdade que não causou indignação nos demais funcionários, que terminaram rindo de tudo. Eles também não são muito diferentes de quem fez a brincadeira estúpida.

O diretor da União de Negros pela Igualdade (Unegro) em Caxias disse que chega ao seu conhecimento, em média, cinco casos por ano de trabalhadores reclamando de racismo nas empresas.

— É de se responsabilizar a empresa, porque é onde a jovem exercia sua função. O proprietário deveria ser exemplo por estar empregando, mas no íntimo dele a questão racial é forte e ele acabou faltando com respeito _ opina.

Coordenador da Igualdade Racial, órgão da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, Diógenes Antônio de Oliveira Brazil também lamentou o episódio:

— São pessoas que guardam a maldade dentro delas. Quando ele externa esse tipo de sentimento é porque tem uma antipatia com a comunidade negra. Ela vai precisar de um tratamento psicológico por conta do fato, mas ele também precisa.

FONTE: JORNAL PIONEIRO, CAXIAS DO SUL, RS

DIRIGENTE REPUBLICANA COMPARA OBAMA A MACACOS

Estados Unidos, 19/4/2011 - Uma dirigente republicana do condado de Orange, no sul da Califórnia, Marilyn Davenport enviou um e-mail a seus colegas de partido com uma montagem na qual o presidente norte-americano, Barack Obama, aparece como um pequeno macaco, filho de uma família de chimpanzés.

Na parte inferior da foto, há ainda a seguinte afirmação: "Agora você sabe por que não há certidão de nascimento". A frase é uma referência a uma polêmica criada em torno do local de nascimento de Obama. Recentemente, ele tem sido pressionado a tornar pública sua certidão de nascimento, já que o Tea Party tem alimentado o boato de que o presidente não nasceu no Havaí, mas sim em um país estrangeiro. Se a versão do movimento conservador fosse comprovada, ele seria obrigado a deixar o cargo. A Constituição dos Estados Unidos não permite que estrangeiros se candidatem à presidência.


A montagem que gerou polêmica

Marilyn, militante do movimento conservador Tea Party, pediu desculpas e afirmou que se tratava de uma piada de internet. “Todos os que me conhecem sabem que não sou racista. Foi uma brincadeira. Tenho amigos negros. Ainda assim o e-mail foi enviado a poucas pessoas, nunca pensei que incomodasse”, afirmou Marilyn Davenport à revista OKWeekly, que revelou o e-mail.

Ela disse também que recebeu o e-mail e logo passou adiante, sem pensar que poderia ser ofensivo. “Humildemente peço desculpas e peço que me perdoem por minha conduta insensata”.

De acordo com Marilyn, a foto lhe pareceu engraçada não pelo fato de o presidente aparecer representado como um macaco, mas por questionar seu local de nascimento.

Ela afirmou ainda que, na política dos EUA, há “dois pesos e duas medidas” porque há muitos “e-mails brincalhões” que fazem referência ao ex-presidente George W. Bush e "ninguém dos meios de comunicação se queixa”.

Pedido de renúncia

Ativista de direitos civis norte-americanos e a representação do Partido Republicano no condado de Orange exigiram a renúncia de Marilyn. Eles alegam que a mensagem foi racista e que tal comportamento não pode ser tolerado.

Alice Huffman, presidente da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor na Califórnia (NAACP) condenou a foto reproduzida pela imprensa local e exigiu a demissão de Marilyn Davenport, membro do Comitê do Partido Republicano de Orange.

Tim Whitacre, um membro do comitê central do Partido Republicano na Califórnia, disse, por sua vez, que "se tratava de um e-mail privado, enviado de sua casa a alguns amigos.

"Não estou defendendo o e-mail nem seu conteúdo. O que devendo é Marilyn, eu a conheço”, afirmou.

Ela, no entanto, afirma que não se afastará da política. "Não renunciarei a meu posto por esse assunto. É uma tempestade em copo d'água”, respondeu.

ESTUDANTE DE UNIVERSIDADE NO RS É DETIDO APÓS ESPALHAR OFENSAS PELA INTERNET

Santa Maria, 19/4/2011 - Um estudante de Engenharia Civil de 34 anos foi detido no sábado pela Polícia Federal (PF), na Casa do Estudante Universitário, no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), porque não teria cumprido uma medida de segurança.

Policiais da PF foram até o campus porque uma pessoa denunciou à Ouvidoria da universidade que o perfil do rapaz na rede de relacionamentos Orkut, na Internet, continha um texto com palavras ofensivas. No perfil, o estudante exalta o governo francês e prega o extermínio de crianças, idosos e mulheres:

"E ficou assim decidido: França, agradei-me da atitude do teu povo e do teu líder, o Sr. Sarkozy, e quero que a tua nação domine sobre todo o planeta, exceto na Índia e na Bolívia. Que teu poderoso Exército e tua legião estrangeira destrua e faça uma limpeza racial, como fiz na época de Josué, quando lhe dei a terra prometida", escreveu.

Colegas do Centro de Tecnologia (CT) estariam com medo, também, de um suposto livreto, com mais de 200 páginas, que teria sido escrito pelo próprio homem. No documento, haveria palavras ofensivas contra homossexuais, idosos e mulheres.

Conforme o processo, que correu primeiro na Justiça de Santo Ângelo (região onde o homem nasceu), ele responde por porte de arma de fogo, em Santa Maria, em maio de 2005. Mas, na Justiça, houve o entendimento que o rapaz sofreria de problemas mentais.

Assim, em vez de ser preso e sentenciado a uma determinada pena, ele cumpre uma medida de segurança ambulatorial, pela qual tem de se apresentar regularmente a um hospital, tomar medicamentos e fazer tratamento. Fazia algum tempo que ele não se apresentava para tratamento.

Gustavo Schneider, delegado da PF de Santa Maria que comandou a equipe da polícia no sábado, afirma que o estudante pareceu uma pessoa normal, porém, apresentou resistência ao saber que teria de ir à ala psiquiátrica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).

O estudante foi encaminhado ao Instituto Psiquiátrico Forense de Porto Alegre.

— Ele é uma pessoa que inspira cuidados. As atitudes dele, dentro de uma medida de segurança, fazem parte da patologia dele. Ele precisa se tratar. Não é um sujeito a ser investigado — avalia Schneider.

O reitor da UFSM, Felipe Müller, reconheceu o trabalho da PF e da Ouvidoria da universidade. Ele não quis dar detalhes sobre o caso:

— É triste para nós, mas não queremos dar publicidade ao caso.

FONTE: JORNAL DIÁRIO DE SANTA MARIA, RS

RACISMO NÃO, NÃO PODEMOS NOS CALAR...


Amigos blogueiros, não podemos nos calar mais para a falta de respeito e para a falta de dignidade que se tornaram os episódios de racismo, todos os dias. O racismo está aflorando em nossa sociedade, como um tumor que estava encubado e que resolveu sair para fora, eclodindo de uma forma totalmente desordenada. Não podemos nos calar, porque nossos filhos e nós mesmos estamos sendo vítimas desta chaga. Desta chaga horrível a qual virou o racismo em nossa sociedade. Vamos nos unir em uma rede. E eu, como jornalista e como escritor, membro correspondente do site Afropress vou sim usar deste espaço para falar sim e não me calar dos casos de racismo que acontecem todos os dias, não só no Brasil, mas também no mundo.

Vamos à luta. Porque queremos igualdade racial, igualdade social. NÃO AO RACISMO, NÃO À HOMOFOBIA, NÃO À XENOFOBIA E NÃO A TODO O TIPO DE INTOLERÂNCIA CORRELATA.