PROFESSOR CATARINENSE FALA DO DESAFIO DE TRABALHAR EM ANGOLA
Por Cristiano Rigo Dalcin, Criciúma, SC
Natural de Imbituba, no Sul de SC, o professor dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Agrimensura e Engenharia Ambiental da Unesc, Tadeu de Souza Oliveira, de 46 anos, (foto à esquerda) viajou dia 22 de junho para Luanda, capital de Angola, na África, onde representa a Unesc na implantação da Universidade de Tecnologia e Ciência (Utec). Desde novembro, esta foi a quarta viagem do professor à África. De volta a SC, ele veio buscar a família para fixar residência na Capital angolana, até o final de 2008.
Diário Catarinense - Como é a Luanda que o senhor irá apresentar à família?
Tadeu Oliveira - A Luanda aonde iremos nos instalar é a chamada Luanda Sul. É a parte nova da cidade, porque está sendo construída. Está fora da região central, comprometida diante da estrutura esgotada pelo excesso de população. É um nova cidade, completamente moderna. Ao lado da Utec está instalado um shopping, talvez um dos maiores da África, segundo eles dizem. E são todas instalações moderníssimas. Iremos morar num condomínio fechado com toda estrutura, onde moram outros brasileiros e estrangeiros. Tem gente comparando a Jurerê Internacional.
DC - E a sua família, como irá se adaptar?
Oliveira - A minha mulher (Mirtz Orige) é arquiteta e também será professora lá. Atualmente, ela faz mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A minha filha, Júlia, de 10 anos, já está matriculada num colégio Anglo-Americano de Ensino à Distância. Eu estava tentando matriculá-la em uma escola portuguesa ou francesa, consideradas boas, mas o ano letivo deles inicia em setembro e ela perderia um ano. Já para o Danilo Tadeu, de três anos, tudo é alegria (risos).
DC - Como o senhor encara essa oportunidade profissional?
Oliveira - É um desafio, mas tem gente que não encara. Eu faço doutorado, e fazer pesquisa durante uma experiência internacional é fantástico. E ter a oportunidade de implantar a universidade pela Unesc, para o povo de lá, é imensurável. Numa ocasião, entrevistamos candidatos a professores e uma candidata foi reprovada por não possuir o curso completo para dar aula. Apesar disso, ela agradeceu o trabalho que iremos fazer e chegou a chorar porque lá quase não tem esse tipo de ação. Tem sete universidades lá, mas nenhuma desse nível, com esse tipo de projeto.
DC - Os brasileiros são muito bem recebidos?
Oliveira - Temos um tratamento vip. Somos muito respeitados e estaremos à vontade lá.
DC - Por quê?
Oliveira - Devido ao tratamento que nós dispensamos a eles, que se sentem valorizados. Os estrangeiros, e têm muitos, são muito frios com os angolanos. Eles falam com intimidade da Bahia. A maioria deles quer ir para Salvador. Eu conheci um baiano que morava lá e falava das semelhanças entre os povos, e as regiões, como praia, Sol, ilhas.
DC - Como será a sua rotina?
Oliveira - Eu vou ser assessor do reitor da Utec, e terei muito trabalho administrativo, pela manhã, tarde e também à noite. Da mesma forma, darei aula. Pedi isso para não perder o ritmo.
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